Correntes Protestantes da Reforma Religiosa (Lutero e Calvino)




Ideia Central: A elaboração dessa ficha de leitura tem por objectivo resumir a vida, as ideias, doutrinas e, as reformas dos protestantes Martinho Lutero (O Luterismo) e, João Calvino (O calvinismo).  


MARTINHO LUTERO

Foi o precursor da reforma Protestante na Europa, Lutero nasceu na Alemanha no ano de 1483 e fez parte da ordem agostiniana. Em 1507, ele foi ordenado padre, mas devido as suas ideias que eram contrárias as pregadas pela igreja católica, ele foi excomungado.



 Ideias e doutrina 

 Sua doutrina, salvação pela fé, foi considerada desafiadora pelo clero católico, pois abordava assuntos considerados até então pertencentes somente ao papado. Contudo, esta foi plenamente espalhada, e suas inúmeras formas de divulgação não caíram no esquecimento, ao contrário, suas ideias foram levadas adiante e a partir do século XVI, foram criadas as primeiras igrejas luteranas.  

Apesar do resultado, inicialmente o reformador não teve a pretensão de dividir o povo cristão, mas devido à proporção que suas 95 teses adquiriram, este fato foi inevitável. Para que todos tivessem acesso às escrituras que, até então, encontravam-se somente em latim, ele traduziu a Bíblia para o idioma alemão, permitindo a todos um conhecimento que durante muito tempo foi guardado somente pela igreja.  

Com um número maior de leitores do livro sagrado, a quantidade de protestantes aumentou consideravelmente e entre eles, encontravam-se muitos radicais. Precisou ser protegido durante 25 anos. Para sua proteção, ele contava com o apoio do Sábio Frederico, da Saxônia. 

Foi responsável pela organização de muitas comunidades evangélicas e, durante este período, percebeu que seus ensinamentos conduziam a divisão. Casou-se com a monja Katharina Von Bora, no ano de 1525, e com ela teve seis filhos.


As reformas que Lutero propunha não se referiam apenas a questões doutrinárias, mas também aos abusos eclesiásticos:
·         A diminuição do número de cardeais e outras exigências da corte papal;
·         A abolição das rendas do Papa;
·         O reconhecimento do governo secular;
·         A renúncia da exigência papal pelo poder temporal;
·         A abolição dos Interditos e abusos relacionados com a excomunhão;

·         A abolição das peregrinações nocivas;
·         A eliminação dos excessivos dias santos;
·         A supressão dos conventos para monjas, da mendicidade e da suntuosidade; a reforma das universidades;
·         A ab-rogação do celibato do clero;
·         E, finalmente, uma reforma geral na moralidade pública.
Muitas destas propostas reflectiam os interesses da nobreza alemã, revoltada com sua submissão ao Papa e, principalmente, com o fato de terem que enviar riquezas a Roma.


João Calvino
João Calvino (1509-1564) nasceu em Noyon, na região da Picardia, no Norte da França, no dia 10 de julho de 1509. Ficou órfão de mãe aos seis anos de idade, sendo confiado aos cuidados de um aristocrata amigo da família. Ainda adolescente foi enviado para a Universidade de Paris para estudar Teologia. Em Paris, tomou contato com as ideias de Martinho Lutero. João Calvino exerceu uma influência internacional no desenvolvimento da doutrina da Reforma Protestante, à qual se dedicou com a idade de 30 anos, quando começou a escrever a Instituição da Religião Cristã em 1534 (publicado em 1536). Esta obra, que foi revista várias vezes ao longo da sua vida, em conjunto com a sua obra pastoral e uma coleção maciça de comentários sobre a Bíblia, são a fonte da influência permanente da vida de João Calvino no protestantismo.

O calvinismo marca a segunda fase da Reforma Protestante, quando as igrejas protestantes começaram a se formar, na sequência da excomunhão de Martinho Lutero da Igreja Católica romana. Neste sentido, o calvinismo foi originalmente um movimento luterano. O próprio Calvino assinou a confissão luterana de Augsburg de 1524. Por outro lado, a influência de Calvino começou a fazer sentir-se na Reforma Suíça, que não foi luterana, tendo seguido a orientação conferida por Ulrico Zuínglio


 O calvinismo pressupõe que o poder de Deus tem um alcance total de atividade e resulta da convicção de que Deus trabalha em todos os domínios da existência, incluindo o espiritual, físico, intelectual, quer seja secular ou sagrado, público ou privado, no céu ou na terra. De acordo com este ponto de vista, qualquer ocorrência é o resultado do plano de Deus, que é o criador, preservador, e governador de todas as coisas, sem excepção, e que é a causa última de tudo. As atividades seculares não são colocadas abaixo da prática religiosa. Pelo contrário,

Os cinco pontos do calvinismo (conhecidos pelo acróstico TULIP, referente às iniciais dos pontos em inglês) são doutrinas básicas sobre a salvação, definidas pelo Sínodo de Dort. São eles:
·         Depravação total – Graça Soberana Necessitada
·         Eleição incondicional – Graça Soberana Específica
·         Expiação limitada – Graça Soberana Meritória

·         Vocação eficaz – Graça Soberana Eficaz
·         Perseverança dos santos – Graça Soberana Perseverante

O Calvinismo e o Capitalismo

Calvino acreditava que as classes sociais representavam a escolha de Deus para a salvação. As pessoas bem sucedidas eram apontadas como os eleitos, a quem Deus levaria para o céu, em contraste com os pobres e miseráveis, que viviam nessa condição por não estarem entre os escolhidos.

Referencias: CÉSAR, Elben M. Lenz. Conversas com Lutero: história e pensamento. Viçosa: Ultimato, 2006.

Alderi Souza de Matos.  «João Calvino – Cronologia». Portal Mackenzie. Consultado em 31 de Março de 2010

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