A CÉLULA – Trabalho Feito

MICROSCÓPIO E A DESCOBERTA DA CÉLULA

Citologia é um dos campos da Biologia que se encarrega de estudar o universo de uma célula. Mas esse universo, o olho humano não consegue desvendar sem o auxílio de lentes que o ampliam. Portanto toda observa-ção e desenvolvimento da célula só foi possível a partir de 1590, após a invenção do microscópio pelo holandês Zacharias Janssen, um estudioso e fabricante de lentes.
A célula como unidade viva dos seres vivos tem sido alvo de inúmeras pesquisas no decorrer dos últimos séculos. Por volta de 1665, Robert Hooke, cientista inglês, utilizando um microscópio bastante primitivo, iluminado a vela e que ampliava a imagem cerca de 270 vezes, observou finas lâminas de cortiça e comparou a imagem observada com um favo de mel, ou seja, seqüência de pequenas cavidades separadas por delgadas membranas, as quais denominou de células (em latim, diminutivo de cellar, espaço fechado). Na realidade, o que Hooke observou foram pedaços de tecido vegetal morto, e os espaços vazios foram deixados pelas células que morreram, permane-cendo as divisões das  paredes celulares presentes nas células vegetais.

Em 1833, Robert Brown, botânico escocês, analisando tecido vege-tal macerado, verificou que as células possuíam em sua região central um concentrado de substância de forma arredondada que denominou de núcleo. Sabe-se hoje que, com exceção das bactérias e algas azuis, to-das as demais células possuem núcleo e que o mesmo abriga em seu interior o material genético que é passado de pais para filhos, permitindo a continuidade das espécies.
Antes de prosseguirmos no estudo da evolução das células, vamos analisar alguns tipos de microscópios e sua importância dentro da Biologia, como auxiliar do olho humano.

a) Microscópio de Robert Hooke (1665)

b) Partes de um microscópio óptico


É um instrumento dotado de uma parte óptica: lente ocular, lentes objetivas, espelho, condensador, diafragma. E uma parte mecânica: base, coluna ou braço, canhão, revólver, platina, parafusos (micrométrico e macrométrico) que ajustam a imagem observada. As lentes objetivas e ocular são marcadas com números, que significam o seu poder de ampliação. Para sabermos quantas vezes o objeto observado está ampliado, basta multiplicar.
O número da lente objetiva pelo número da lente ocular. Exemplo: objetiva 100 – ocular 10, a ampliação é de 1000 vezes. Pode-se observar células vivas ou mortas. A unidade de medida utilizada no microscópio óptico é o μm (micrômetro), que equivale à milésima parte de um milímetro (0,001 mm).

c) Microscópio eletrônico

A partir de 1950, sua utilização provocou avanços revolucionários na Biologia devido ao alto potencial de ampliar os objetos – mais de 500 mil vezes. Ao microscópio eletrônico só é possível observar matéria morta, pois a mesma tem de ser cortada em finas lâminas e preparada em uma câmara de vá-cuo.  A unidade de medida utiliza-da no microscópio eletrônico é o Å(ângstron), que equivale ao décimo milionésimo de parte de um milímetro (0,0000001mm).

TEORIA CELULAR 

Em 1838, depois de longas e demoradas pesquisas, o botânico alemão Matthias Schleiden observou a presença de células em vegetais. Em 1939, o zoólogo alemão Theodor Schwann concluiu que os animais eram formados por células, estabelecendo-se assim a teoria celular de Schwann e Schleiden, segundo a qual “todos os seres vivos são formados por células”.
Em 1858, o médico alemão Rudof Virchow concluiu que “toda célula tem sua origem em outra preexistente”. No decorrer do século XIX, novas descobertas foram acontecendo, tais como estruturas com funções determi-nadas, denominadas organóides, encontrados no interior das células. Com a capacidade de realizar inúmeras funções e de reproduzir-se, a hipótese de que a célula é a menor parte viva de um ser vivo ganhou muita força, e passou a ser definida como a unidade morfológica e fisiológica de todos os seres vivos, passando também a ser responsável pela transmissão das características hereditárias. Com todos os conhecimentos adquiridos sobre a célula, foi possível formular a nova teoria celular:
a) Todos os seres vivos são formados por células.
b) As reações que ocorrem em um organismo, e que são responsáveis pela vida do mesmo, dependem do funcionamento das células. Portanto a célula é a unidade fisiológica de todos os seres vivos.
c) Toda célula tem sua origem a partir de outra célula preexistente, que se divide fornecendo às células filhas seu material genético.

ASPECTOS GERAIS DAS CÉLULAS PROCARIÓTICAS E EUCARIÓTICAS

Se compararmos as imagens observadas ao microscópio eletrônico da célula que representa o corpo de uma bactéria, com as células que formam o corpo de um animal qualquer, vamos notar que a célula da bactéria, quanto a sua organização é muito mais simples, não apresenta o núcleo diferenciado; a cromatina que forma o material genético encontra-se espalhada pelo citoplasma na região central da célula, e também dispersos pelo citoplasma são encontrados os ribossomos, orgânulos citoplasmáticos responsáveis pela síntese de proteínas. Um conjunto de 
membranas envolve todo esse material: por fora a membrana esquelética, mais espessa e resistente, e sob ela a membrana plasmática. Por não possuir a membrana nuclear ou carioteca, que separa o material genético do citoplasma, as bactérias e as algas azuis (ciano bactérias) são deno-minadas procariontes (proto = primeiro, primitivo, karyon = núcleo), que não têm o núcleo diferenciado. Todos os demais seres vivos, com exceção dos vírus, que são acelulares, são denominados eucariontes (eu = verdadeiro, karyon = núcleo), seres que possuem o núcleo diferenciado, ou seja, o material genético encontra-se delimitado no citoplasma pela carioteca.

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE CÉLULAS ANIMAIS E VEGETAIS

CÉLULA ANIMAL

Vimos anteriormen-te que, ao observarmos uma célula animal ao microscópio eletrônico, percebemos a presença de uma fina membrana envolvendo todos os componentes da célula e separando o meio interno do externo; é a membrana plasmática ou membrana celular que, por ser semipermeável, permite trocas de materiais entre a célula e o meio que a cerca. Preenchendo a célula, vamos encontrar um material de consistência viscosa denominado citoplasma ou hialoplasma, onde ocorrem as funções vitais da célula, tais como: digestão, respiração, transportes etc., pois é no citoplasma que se encontram mergulhados os organóides e um vasto sistema de membranas.

Os principais organóides são: ribossomos, retículo endoplasmático, com-plexo de Golgi, mitocôndrias, lisossomos, centríolos. Localizado geralmente na parte central das células eucariontes, vamos encontrar o núcleo, separa-do do citoplasma pela carioteca ou membrana nuclear. O núcleo é preenchi-do por uma substância denominada suco celular ou cariolinfa, semelhante ao citoplasma; mergulhado no suco celular encontra-se a cromatina (mate-rial genético) e os nucléolos, que estão relacionados com a produção de ribossomos.

CÉLULA VEGETAL

Com exceção dos centríolos, a célula vegetal possui todos os componentes da célula animal, e ainda apresenta um envoltório externo à membrana celular, denominado membrana celulósica ou parede celular.
O citoplasma da célula vegetal apresenta gran-des vacúolos: cavida-des limitadas por mem-branas, contendo no seu interior o suco vacuolar com reservas de água e outras subs-tâncias.
São também encontrados nas células vegetais os organóides denominados plastos, cuja função é armazenar substâncias, tais como o amido, ou pigmentos, como os cloroplastos, que armazenam o pigmento verde denominado clo-rofila responsável pela fotossíntese.

COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA CÉLULA

Como vimos no Capítulo 1, as substâncias inorgânicas como a água e os sais minerais são constituídos por moléculas simples e pequenas e podem ser encontradas livres na natureza ou fazendo parte de um organismo.
Já as substâncias orgânicas, tais como: carboidratos, lipídios, proteínas são constituídos por grandes e complexas moléculas que obrigatoriamente possuem em sua composição o elemento químico carbono (C) e são sempre encontradas nos seres vivos.

COMPONENTES INORGÂNICOS

A ) Á GUA
Recobrindo 3/4 da superfície terrestre, a água é a substância química mais abundante em nosso planeta. Suas principais funções em um organismo são:
Solvente universal: dispersante de substâncias orgânicas e inorgânicas. Todas as reações químicas da natureza biológica ocorrem em estado de solução.
Transporte de substâncias: tanto de dentro para fora como de fora para dentro das células, moléculas se difundem na H2O e por ela são transportadas.
Equilíbrio térmico: o excesso de calor é dissipado pelo suor, ajudando na manutenção da temperatura interna de um ser homeo-térmico.
Lubrificante: ajuda a diminuir o atrito entre os ossos (nas articulações).

B ) SAIS MINERAIS

Solúvel: dissolvido na água em forma de  íons, como o potássio (K+),
o sódio (Na+) e o cloro (Cl-), participam do controle osmótico (entra-da e saída de H2O nas células) e também contribuem para a passa-gem dos impulsos nervosos nos neurônios.
Insolúvel: encontra-se imobilizado, como os fosfatos de cálcio que fazem parte da estrutura esquelética dos vertebrados, da casca de ovo, do exoesqueleto ou carapaças de insetos, siris, caranguejos  etc., conferindo maior rigidez aos órgãos em que se encontram.
Papel biológico de alguns sais minerais:

COMPONENTES ORGÂNICOS

A ) G LICÍDIOS OU CARBOIDRATOS

Também conhecidos como açúcares, os glicídios são os grandes for-necedores imediatos de energia para os seres vivos. São fabricados pe-las plantas no processo da fotossíntese e apresentam em suas moléculas átomos de carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O). Além de fornece-dores de energia, possuem também função estrutural, como a celulose, encontrada revestindo as células vegetais; e constituindo os ácidos nucléicos (material genético).
Os glicídios são classificados em três grupos:
Monossacarídios: são os açúcares mais simples, formados por pe-quenas moléculas que não se dividem na presença de água, portanto não sofrem hidrólise. Os exemplos mais comuns encontrados nos organismos vivos são: glicose (produzido pelos vegetais na fotossíntese), frutose (encontrado nas frutas doces), galactose (en-contrado no leite) e ribose e desoxirribose (componentes dos ácidos nucléicos).
Dissacarídeos: são glicídios constituídos pela união de dois mo-nossacarídios. Na ligação de dois ou mais monossacarídios, estamos ingerindo dissacarídios ou polissacarídios, nosso sistema digestório os transforma em monossacarídios para que estes possam fornecer energia para a célula.
Todos os dissacarídios têm função energética e os principais são:
Sacarose: glicose+frutose, suas principais fontes são: a cana de açúcar e beterraba.
Lactose: glicose+galactose, sua principal fonte é o leite.
Maltose: glicose+glicose, suas principais fontes são: raízes, caule, folhas dos vegetais.
Polissacarídios: os polissacarídios são moléculas grandes, constituí-das por ligação de muitos monossacarídios. Os polissacarídios não são solúveis em água, alguns são reservas de energia, como o amido, outros fazem parte da estrutura esquelética da célula vegetal, como a celulose. Os principais polissacarídios são:
Amido: formado por inúmeras moléculas de glicose, encontrado nos vegetais, funciona como reserva de energia.
Celulose: formado por inúmeras glicoses, encontrado revestindo externamente as células vegetais, funciona como reforço esquelético.
Glicogênio: formado por inúmeras glicoses, encontrado nos ani-mais, funciona como reserva de energia.

B) LIPÍDIOS

Substâncias orgânicas de origem animal ou vegetal, mais conhecidos como óleo, gordura e cera. Alguns tipos de lipídios funcionam como reservatório de energia, outros entram na composição das membranas celulares ou ainda formam hormônios. Possuem como característica comum o fato de serem insolúveis em água e solúveis em solventes orgânicos como o éter, o álcool e a benzina.
São classificados em:
Glicerídeos: os lipídios simples. Compreendem os óleos, as gorduras, e as ceras, podem ter origem animal ou vegetal.

Principais funções dos glicerídeos:

As gorduras são reservatórios de energia e também isolante térmico, principalmente para os animais de regiões frias. Os óleos presentes nas sementes de girassol, da soja, do amendoim servem de alimento para o embrião das sementes germinar. As ceras impermeabilizam as folhas de muitas plantas e é fabricada pelas abelhas, que constroem os favos de mel.
Fosfolipídeos: presentes na composição química das membranas celulares dos animais e vegetais.
Esteróides: o mais conhecido é o colesterol. Produzido pelos ani-mais, faz parte da composição química de suas membranas celulares e é precursor de alguns hormônios, como a testosterona (hormônio mas-culino) e a progesterona (hormônio feminino).

PROTEÍNAS

São os componentes orgânicos presentes em maior percentual no organismo dos seres vivos. Fundamentais para a vida na Terra, são encontra-das em todos os seres vivos, inclusive nos vírus que não possuem uma estrutura celular. As proteínas são resultantes de uma seqüência de ligações entre moléculas menores denominadas aminoácidos.

Principais funções das proteínas:

Elemento construtor: faz parte, juntamente com os lipídios, da com-posição das membranas celulares. Exemplo: o colágeno, proteína que confere resistência às células da pele, dos tendões, das cartilagens etc. A miosina e a actina, que conferem elasticidade aos músculos; a queratina, que confere impermeabilidade aos cabelos e à pele, contri-buindo para adaptação dos animais à vida terrestre.
Função enzimática: dentro das células ocorrem muitas reações quí-micas. Para que elas aconteçam é necessário energia. Em alguns ca-sos, não há energia suficiente para a ocorrência da reação química e se faz necessária a presença de um catalisador (substância que desenca-deia ou acelera reações químicas). Os catalisadores das células são um tipo de proteína especial chamada enzima.  As atividades enzimáticas dependem da temperatura e do pH.
Analisando o gráfico, ve-rifica-se que a 0°C de tempe-ratura as enzimas se encontram inativas. À medida que aumen-ta a temperatura, a atividade enzimática também aumenta, chegando ao ponto ótimo de 40° C. Acima disso, a atividade enzimática vai diminuindo, até que por volta de 60° C ocorre desnaturação das enzimas (o calor acarreta mudanças espaciais na proteína, o que acarreta a perda de sua função). Quanto ao pH (nível de acidez do meio), cada enzima atua em um específico. Exemplo: a pepsina – enzima do suco estomacal – é ativa somente em pH ácido, ou seja, por volta de 2; a ptialina – enzima da saliva –é atuante somente em um pH neutro, ou seja, por volta de 7.

Atuação enzimática ou modelo chave-fechadura.

Cada tipo de enzima consegue catalisar um único tipo de substrato (substância reagente). O encaixe da enzima no substrato assemelha-se ao sistema chave-fechadura. Esse modelo explica a especificidade das enzimas. Após a reação ocorrer, as enzimas deixam o substrato intactas, podendo atuar em outros substratos.
Função de defesa. Antígenos são substâncias estranhas ao nosso organismo. A presença de um antígeno no organismo induz o sistema imunológico a produzir uma proteína de defesa, denominada anticorpo.
Função hormonal. Alguns hormônios são de origem protéica; exem-plo: a insulina, hormônio produzido pelo pâncreas, cuja função é de controlar a manutenção da taxa de glicose no sangue.
Função energética. As proteínas são fontes de aminoácidos, que uma vez oxidados pelo organismo, liberam energia, principalmente no processo da respiração.

VITAMINAS
Substâncias orgânicas sintetizadas pelos vegetais e por alguns se-res unicelulares, funcionam como ativadores das enzimas. As vitaminas diferem entre si na composição química, formando um grupo heterogêneo. Para classificar esse grupo foi usado o grau de solubilidade em lipídios (lipossolúveis), que são: A, D, E e K, e as solúveis em água (hidrossolúveis), que são: C e o complexo B (B1, B2, B3, B6 e B12).

ESTUDO DA ESTRUTURA CELULAR

MEMBRANAS CELULARES

Separando, protegendo, delimitando o meio interno e o externo, as células possuem a membrana plasmática. Esta também possui permeabilidade seletiva, isto é, permite que as substâncias necessárias ao funcionamento das células sejam selecionadas e transporta-das para o interior das mesmas ou jogadas para fora quando não necessárias. É o intercâmbio do meio interno com o externo.
A) ESTRUTURA

Somente a partir do uso do microscópio eletrônico na Biologia é que foi possível identificar as estruturas e funções das membranas celulares. Até então, sua existência era apenas suposta, pois não são visíveis ao microscópio óptico. As primeiras imagens obtidas das membranas permi-tem identificar uma estrutura formada por três camadas: duas de fosfolipídios intercaladas por uma de proteína, concluindo que sua com-posição é lipoprotéica. Através de estudos mais recentes sobre as mem-branas, pôde-se concluir que as camadas lipídicas encontram-se em es-tado fluido, e as moléculas protéicas se encontram encaixadas nesse su-porte lipídico. Devido à maleabilidade das camadas lipídicas, as proteí-nas deslocam-se por ela com grande facilidade, e a essa nova concepção de estrutura da membrana – proposta por S. J. Singer e G. Nicholson (1972), deu-se o nome de “mosaico fluido”.
B) TRANSPORTE DE SUBSTÂNCIAS ATRAVÉS DA MEMBRANA
Por possuir permeabilidade seletiva, a membrana celular permite que substâncias entrem e saiam da célula, conforme suas necessidades.
Mas nem todos os processos de transporte pela membrana se pro-cessam da mesma forma. Analisaremos então os diversos processos que ocorrem.

Difusão

Difusão simples é a dispersão ou deslocamento espontâneo de partículas. Na difusão as partículas tendem a movimentar-se da região de maior concentração de partículas para a região onde a concentração é menor. Esse processo não consome energia e termina quando as con-centrações se igualam. Por exemplo: ao abrirmos um vidro de perfume num recinto, percebemos que, em pouco tempo, em qualquer lugar do recinto sentiremos o seu cheiro.
A entrada de gás oxigênio (O2) e a saída de gás carbônico (CO2) em nossas células se dá por difusão, devido à concentração diferenciada desses gases entre o líquido que banha as células e o interior da mesma. E por não consumir energia a difusão é considerada um tipo de transporte passivo.
Diz-se difusão facilitada quando a passagem de substância sem gasto de energia é acelerada pela ação de proteínas (permeases).

Osmose

Outro tipo de transporte passivo, a osmose, permite o transporte de solvente (água) e não do soluto. Através de uma membrana semiper-meável, o solvente passa do local de menor concentração do soluto para o de maior concentração
Quando a solução apresentar maior concentração de soluto, em relação ao meio, dizemos que a solução é hipertônica.
Quando a solução apresentar menor concentração de soluto, em relação ao meio, dizemos que a solução é hipotônica.
Quando a solução entrar em equilíbrio com o meio, diz-se que a solução é isotônica.

Transporte ativo (com consumo de energia)

Determina-das substâncias, mesmo existindo em menor quantidade fora da célula, tendem a entrar nela, contrariando os princípios da difusão. Esse fenômeno é comum em nossas hemácias. Nessas células a concentração de íons potássio (K+) é maior do que no plasma sanguíneo, onde as hemácias estão submersas, por outro lado; há íons sódio (Na+) no plasma em maior concentração do que no interior das hemácias. As diferenças de concentração desses elementos químicos mantêm-se inalteradas, mesmo ocorrendo difusão, e, para que essa situação se mantenha, algumas proteínas da membrana funcionam como verdadeiras carregadoras de substância, bombeando constantemente o K+ (potássio) para o interior das hemácias e o Na+ (sódio) para fora das hemácias. São as cha-madas bombas de sódio e potássio. Por ocorrer contra um gradiente de con-centração provoca gasto de energia, sendo portanto transporte ativo.

Transporte de partículas

Endocitose – algumas células possuem a propriedade de capturar partículas grandes que não conseguem atravessar a membrana do meio externo. São incorporadas pela célula por meio do processo de endocitose (endo = interior, cito = célula, ose = condição).
Conhecem-se dois tipos de endocitose: a fagocitose (fago = comer) e a pinocitose (pino = beber).

Fagocitose

Na fagocitose a célula engloba partículas por meio de projeções citoplasmáticas denominadas pseudópodes (falsos pés). Depois de ingerido, o material permanece no citoplasma, envolvido por parte da membrana, recebendo o nome de fagossomo. A fagocitose é comum nos seres unicelulares; exemplo: a ameba, quando captura alimentos, e por glóbulos brancos do nosso sangue, como meio de defesa, englobando partículas estranhas ao nosso corpo.
Pinocitose: ingestão de partículas líquidas; exemplo: gotas de lipídios pela invaginação da membrana.

CITOPLASMA

Ocupando o espaço entre a membrana celular e a carioteca, nos seres eucariontes, encontra-se o citoplasma.
Constituído de 85% de água, sais minerais, proteínas, açúcares, é no citoplasma que ocorrem as reações químicas, realizadas por orgânulos aí presentes, e que são fundamentais para a vida da célula.
O citoplasma não se encontra inerte, e sim em constante movimento, denominado ciclose.
Analisaremos a seguir os orgânulos principais.

Retículo endoplasmático

Ao microscópio eletrônico, apresenta-se como uma verdadeira rede de canais e bolsas membranosas e achatadas. Em algumas regiões dessas membranas apresentam uma característica rugosa devido à aderência dos ribossomos, que são responsáveis pela  síntese de proteínas. A presença ou ausência de ribossomos permite distinguir dois tipos de retículo endoplasmático: o rugoso ou granular, também chamado de ergastoplasma, e o liso ou agranular.
As principais funções do retículo endoplasmático são:
Transporte: no interior dos canais circulam proteínas, lipídios e outros materiais, que são  transportados por toda a célula.
Armazenamento: dilatação de canais do R.E. dão origem aos vacúolos nas células vegetais, nos quais são armazenadas determinadas soluções.
Regulação da pressão osmótica: o armazenamento de substâncias internas pode favorecer a osmose. Realiza síntese de lipídios, principalmente os esteróides.
As funções praticamente são as mesmas tanto no R.E.L. como no R.E.R.. O retículo endoplasmático rugoso aparece com maior freqüência nas células produtoras de enzimas, como é  o caso das células do pâncreas, que produz enzimas digestivas.
Isso ocorre devido à proximidade com os ribossomos.

Ribossomos

São as organelas produtoras de proteínas.
Possuem em sua composição molecular R.N.A ribossômico e proteínas. São encontrados livres pelo citoplasma ou aderidos às membranas do retículo endoplasmático rugoso. São constituídos por duas subunidades.

Complexo de Golgi

Conjunto de bolsas achatadas, empilhadas umas sobre as outras, de onde se desprendem pequenas vesículas.

Funções do Complexo de Golgi

Armazenar substâncias produzidas pela célula e encaminhar essas substâncias para fora da mesma. A esse processo de eliminação de subs-tâncias dá-se o nome de “secreção celular”.
Faz parte da composição do acromosso (cabeça do espermatozóide). O complexo de Golgi presente nas células do acromosso contém enzimas digestivas que irão perfurar a membrana do óvulo, permitindo a fecunda-ção.

As vesículas eliminadas das bordas do complexo de Golgi dão origem aos lisossomos, pequenas bolsas cheias de enzimas.

Lisossomos

Pequenas bolsas repletas de inúmeros tiposdeenzimas, responsáveispela digestão intracelular, e em alguns casos digerem elementos da pró-priacélula (autofagia).
Os lisossomos se originam do despre-endimento de vesí-culas do complexo de Golgi. As enzimas digestivas são sintetizadas no retículo endoplasmático rugoso, armazenadas no complexo de Golgi e liberadas dentro de vesículas – os lisossomos primários. As substâncias englobadas pela célula, por meio dos proces-sos de fagocitose e pinocitose, formam no interior da célula o fagossomo, que se funde aos lisossomos, dando origem ao vacúolo digestivo ou lisossomo secundário. No interior do vacúolo, a substância é digerida. A parte aproveitável é absorvida e a não aproveitável é eliminada pelo pro-cesso da clasmocitose ou exocitose.

Mitocôndrias

Organelas geradoras de energia, de forma ovalada, constituídas de dupla membrana lipoprotéica. A membrana externa é lisa e contínua, e a interna apresenta pregas formando as cristas mitocondriais. Preenchendo os
espaços e entre as pregas, encontra-se uma substância amorfa, denomi-nada matriz. A presença de ribossomos – DNA e RNA – na matriz permite as mitocôndriais produzir suas próprias proteínas e apresentar capacidade de autoduplicação.
No interior das mitocôndrias ocorrem a oxidação final das moléculas orgânicas obtidas dos alimentos ingeridos, com liberação de energia, na presença do oxigênio (respiração aeróbica).

Plastos

Organelas ovaladas, típicas das células vegetais e de alguns protistas, como nas diatomáceas e euglenófitas (algas unicelulares). Os plastos, dependendo da função e dos pigmentos que apresentam, podem ser clas-sificados em:
Leucoplastos – plastos incolores com função de armazenar reservas de alimentos.
Cromoplastos – plastos coloridos. Dependendo da cor do pigmento, os cromoplastos podem ser classificados em:
Xantoplastos – plastos em pigmentos carotenóides de cor amarela. Exemplo: o amarelo do milho.
Eritroplastos – plastos com grande quantidade de pigmentos carotenóides de cor vermelha. Exemplo: o vermelho do tomate.
Cloroplastos – são mais freqüentes nas células vegetais. De forma ovóide, dotado de dupla membrana lipoprotéica, a externa é lisa e contínua e a interna apresenta dobras, que se dispõem paralelamente, como se fossem lâminas. A parte interna das dobras recebe o  nome de lamela, e sobre as lamelas encontram-se minúsculas bolsas achatadas empilhadas uma sobre a outra como se fossem moedas, denominadas tilacóides. Cada pilha de tilacóide recebe o nome de granum.  Ade- ridonas membranas das tilacóides estão as moléculas de clorofila, que captam a luz solar, fundamental no processo da fotossíntese. O espaço interno dos cloroplastos são preenchidos por umlíquido denominado estromaou matrizdo cloroplasto, contendo DNA, enzimas eribossomos.

Centríolo

Estruturas constituídas por dois cilindros. Cada cilindro é formado por nove conjuntos de três microtúbulos.

Presente na grande maioria dos seres eucariontes e ausente nos angiospermas e gimnospermas.
Acredita-se que sua função esteja relacionada ao processo de orientação da divisão celular.

Cílios e flagelos

Expansões móveis da superfície da célula. Os cílios e os flagelos diferem em número e tamanho.
Os cílios são curtos e numerosos, e os flagelos são longos e em pequeno número.
São encontrados em seres unicelulares e em algumas células de organismos pluricelulares.
A estrutura interna dos cílios e flagelos é a mesma, ou seja, formados por nove pares periféricos de microtúbulos e um par de microtúbulos central.

Vacúolo

São cavidades presentes no citoplasma, delimitadas por membrana protéica. Podendo distinguir três tipos:
a) Vacúolo digestivo – formado a partir do acoplamento de um lisossomo com partículas englobadas pelo processo da fagocitose ou pinocitose.
b)  Vacúolos pulsáteis ou contráteis – encontrados em pro-tozoários de água doce, que por serem hipertônicos em relação ao meio, a água entra por osmose. O excesso de água tem de ser transferido para fora, sob pena de romper a célula.
c) Vacúolo vegetal  – ocupando grande parte do citoplasma da célula vegetal adulta, tem por função armazenar água, sais, açúca-res e pigmentos.
NÚCLEO
Presente nas células eucariontes, é constituído dos seguintes ele-mentos: cariolinfa, cromatina e nucléolos. Todos esses elementos encon-tram-se envolvidos e separados do citoplasma pela carioteca ou membrana nuclear.

Carioteca

Separa o material genético do citoplasma; é constituída por uma mem-brana dupla e lipoprotéica, semelhante às demais membranas. Apresenta poros, através dos quais ocorrem trocas de moléculas entre o núcleo e o citoplasma. A membrana mais externa comunica-se com o retículo endoplasmático rugoso.

Cariolinfa ou nucleoplasma

Massa semilíquida que preenche o núcleo, onde se encontram mer-gulhados os cromossomos e nucléolos.

Cromatina

Filamento constituído por DNA e proteínas, que quando observado ao microscópio eletrônico apresenta dois tipos básicos:
heterocromatina: porção menos ativa e bem visível, forma os cromossomos no processo da divisão celular.

eucromatina: menos condensada, portanto menos visível. É uma região molecular de DNA mais ativa, em que os genes estão orientando a síntese de RNA e proteínas.

Nucléolo

Corpúsculo denso, constituído por proteínas e RNA ribossômico, presente no núcleo interfásico das células eucariontes, cuja função é sin-tetizar os ribossomos.
Sendo a cromatina constituída por DNA e proteínas, material químico dos genes, em que se localizam as matrizes das proteínas que serão fabricadas, o núcleo é considerado o centro de controle da célula, é ele que comanda o funcionamento da mesma.

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